Zona Norte: Caldeirão cultural

O jongo, ritmo de origem bantu praticado ao som de tambores, é considerado o pai do samba. A sede do grupo Jongo da Serrinha preserva a memória do gênero no pé do Morro da Serrinha, reduto histórico de famílias jongueiras. Lá são organizados eventos comunitários, apresentações musicais, exposições e festejos religiosos. Vale ficar de olho na programação.

Um dos maiores mercados populares do Brasil, representa uma importante referência cultural e afetiva para as comunidades religiosas de matriz africana do Rio de Janeiro: são dezenas de lojas dedicadas ao universo da umbanda e do candomblé. Não perca o Mercadão das Ervas, localizado no segundo pavimento, onde são vendidas plantas e ervas de uso medicinal e espiritual.

O creme feito com fubá e água foi a base alimentar da população negra no Brasil durante muito tempo. Hoje, restaurantes de culinária afro-brasileira, como o Angurmê Culinária, parte do complexo Kasa 123, em Vila Isabel, usam o angu em seus pratos em preparações modernas. Você pode provar, por exemplo, o angu com provolone e costelinha suína.

Os bailes-charme são redutos de hip hop e outros estilos de música black. Mais de duas mil pessoas se reúnem debaixo do Viaduto Prefeito Negrão de Lima, conhecido como Dutão, nas noites de baile. É o lugar certo para admirar os passinhos sincronizados dos charmeiros e fazer aulas de dança. Confira a programação.

É nas imediações da Praça Paulo da Portela, todo segundo domingo do mês, que acontece a Feira das Yabás, um dos eventos mais animados da Grande Madureira. Várias barracas servem quitutes como feijoada, jabá, angu à baiana e galinha com quiabo, tudo preparado pelas “tias” do bairro, enquanto o palco recebe rodas de samba e outras atrações musicais.

Algumas das mais famosas escolas de samba da cidade têm suas sedes na Zona Norte. Durante o ano todo, as agremiações abrem as portas em eventos nos fins de semana com feijoada e samba: uma oportunidade incrível de vivenciar a cultura carnavalesca da cidade. Já entre novembro e fevereiro, você pode conferir os ensaios abertos, quando as quadras vibram ao som das baterias e dos sambas-enredos, se preparando para o Carnaval.

Ao pé do Morro da Mangueira, o museu é um lugar de memória e representatividade da cultura afro-brasileira. A exposição permanente, "100 anos do samba", conta a história do ritmo e tem no acervo itens como um violão que pertenceu a Cartola, um dos maiores sambistas da história.

O evento criado pelo cantor e compositor Moacyr Luz para que músicos se divertissem em seu dia de folga virou febre na programação cultural carioca. Toda segunda-feira, a nata do samba se encontra no tradicional Clube Renascença, no Andaraí, em uma grande festa – compre seu ingresso antecipadamente.

Para quem gosta de carnaval, é imperdível conhecer uma das agremiações mais tradicionais da Zona Norte, fundada nos anos 1960. Além de acompanhar o desfile oficial, os visitantes podem comparecer às rodas de samba que acontecem aos domingos, durante todo o ano, na quadra do grupo, em Olaria.

Às margens da Baía de Guanabara, o Complexo da Maré abrange 16 favelas e abriga mais de 140 mil pessoas. A história do território é contada no Museu da Maré, que recria, por exemplo, uma casa sobre palafitas, característica da ocupação inicial da região. Visitas guiadas podem ser agendadas pelo site.

No Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro, os vagões que rumam da estação Central do Brasil até a estação Oswaldo Cruz são transformados em palcos para dezenas de rodas de samba. A ideia é homenagear sambistas célebres como Paulo Portela, que no passado costumava batucar com os amigos nos trens no caminho para casa. Nesta data também rolam shows de diferentes atrações musicais pela região.

O tradicional cozido de feijão preto com carne de porco acompanhado de arroz, couve, laranja e farofa: deu água na boca? Às sextas-feiras, a feijoada é o prato principal de muitos dos restaurantes da cidade. Nos fins de semana, ela é servida ao som de rodas de samba nas quadras das escolas. Uma combinação perfeita!

O passinho é um estilo de dança atrelado ao funk carioca que nasceu nas favelas no início dos anos 2000. Seus movimentos já ganharam o país e o mundo, marcando presença até na abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Grupos de dançarinos como Oz Crias viralizam com frequência nas redes sociais com seus incríveis passos sincronizados.

Moradora do Méier, jongueira e atriz, Flávia é uma das organizadoras da roda de jongo do Afrolaje. O grupo toca todo último domingo do mês na Praça Agripino Grieco e participa de eventos em outras partes da cidade. Além de compartilhar histórias sobre o ritmo, ela também chama os visitantes para dançar.

A chef é referência em culinária de inspiração africana no país. Ela prepara delícias como a muamba de galinha com fufu, prato típico de Angola, que você pode provar no Dida Bar e Restaurante. Toda sexta à noite, rolam shows de “sambajazz” e, a cada quinze dias, jantares africanos, nos quais Dida apresenta iguarias de três países.