O retorno da restinga a Ipanema e Leblon

Em um dos trechos mais emblemáticos do Rio de Janeiro, o verde voltou a entremear a calçada e a areia. A exuberante restinga, que originalmente acompanhava toda orla da cidade, cresce agora em 28 canteiros de Ipanema e Leblon. Além de enfeitar o cenário das praias, a vegetação tem um importante papel socioambiental, já que ajuda a amenizar a temperatura e funciona como uma barreira natural de proteção em dias de ressaca e ventania. Para incentivar a conscientização ambiental, o plantio de algumas das mudas é feito junto a ações de educação com alunos da rede municipal de ensino. Este projeto pioneiro é realizado desde 2009 pelo Instituto-E por meio de parceria público-privada com a Prefeitura do Rio de Janeiro e outros parceiros. Em 2024, a iniciativa recebe apoio do Fundo Comunitário do Airbnb.

O que é restinga?

Ecossistema associado ao bioma da Mata Atlântica, a restinga ocorre em grande parte da costa brasileira. Não tenha dúvida: muito da beleza das praias do país se deve a ela. Suas plantas rasteiras, arbustos e árvores têm uma relação íntima com o mar, sendo muito bem adaptadas ao solo arenoso e à água salgada. Além de abrigar uma série de espécies animais e vegetais endêmicas, a restinga é essencial para o equilíbrio do litoral, protegendo-o da erosão.
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Ameaça histórica

A restinga foi um dos primeiros ecossistemas a sofrer intervenção humana após a chegada dos colonizadores europeus. É uma vegetação frágil e de difícil regeneração, que sofre com o avanço da urbanização e o turismo desordenado. Em fotos do começo do século 20, dá para ver uma larga faixa de dunas e restinga na orla de Ipanema e Leblon. Em 2009, quando o Instituto-E começou a atuar ali, só havia pedras e blocos de concreto.

Ipanema e Leblon em foco

O trabalho envolveu um estudo profundo junto a biólogos para identificar as plantas nativas que poderiam devolver o verde às praias. Muitas delas não são comercializadas, e precisam ser produzidas em hortos especializados. Desde o início do projeto, já foram 6 mil m² de areia remanejada para compor as dunas e mais de 40 mil mudas plantadas, de espécies como a perpétua (Alternanthera littoralis), o guriri (Allagoptera arenaria) e o feijão-da-praia (Sophora tomentosa).
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“Já são 15 anos de realização desta iniciativa simbólica para o Rio de Janeiro. Quando juntos protegemos a restinga das praias de Ipanema e Leblon, estamos demonstrando ao mundo o quanto nós, cariocas, cuidamos deste espaço de expressão de nossa cultura singular: do equilíbrio entre a complexidade de uma vida urbana com a vulnerável e bela natureza que envolve a nossa cidade”.

Oskar Metsavaht, presidente do Instituto-E

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Manutenção constante

Os canteiros necessitam de monitoramento e cuidado constantes, o que o Instituto-E articula com seu hub de parceiros. No Carnaval de 2018, por exemplo, vários dos canteiros foram arrasados pelo pisoteio, o que demandou o replantio de cerca de 10 mil mudas. Depois disso, foram colocados gradis para garantir o isolamento das áreas e impedir outros episódios de degradação. É essencial realizar ações de conscientização para mostrar para moradores e visitantes que a preservação da restinga traz benefícios para todos.

Mobilização social

O Instituto-E incentiva a participação de voluntários e estudantes da rede municipal do Rio de Janeiro em mutirões de plantio realizados ao longo dos anos. Mais de 2 mil crianças já participaram de ações de educação ambiental e cidadania, a maioria delas da Escola Pública Municipal Castelnuovo, no Arpoador. Atualmente, as ações são coordenadas com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro.
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É uma honra para o Airbnb apoiar organizações brasileiras de prestígio sem fins lucrativos, como o Instituto-E; organizações comprometidas com iniciativas sustentáveis e de conservação no país. Acreditamos que essas contribuições gerem impacto positivo para as comunidades, ajudando a proteger o nosso planeta. Saiba mais sobre este e outros projetos aqui.