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Pequena África: Uma região intimamente ligada à população negra
“Pequena África” é o apelido dado pelo sambista Heitor dos Prazeres (1898-1966) aos bairros da zona portuária do Rio de Janeiro, ligados ao tráfico transatlântico de escravizados, à diáspora africana e ao nascimento do samba. São lugares para refletir sobre o passado e valorizar a africanidade na cultura brasileira hoje.
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Atrações Imperdíveis

Cais do Valongo
O sítio arqueológico do Cais do Valongo revela o principal ponto de desembarque e comércio de africanos escravizados nas Américas: um local de reflexão sobre um dos mais terríveis crimes da humanidade. No segundo sábado de julho, mães de santo (sacerdotisas da umbanda e do candomblé) realizam a cerimônia ritualística de lavagem do cais ao som de atabaques, tambores e agogôs. É imperdível!
Samba da Pedra do Sal
A Pedra do Sal é um patrimônio da cultura afro-brasileira. A região onde está foi densamente habitada pela população negra no século 19. Os primeiros terreiros de candomblé do Rio foram fundados nas imediações da pedra, assim como alguns dos mais antigos ranchos carnavalescos. Hoje, você pode curtir as animadíssimas rodas de samba que acontecem ali às segundas e às sextas-feiras.


Largo de São Francisco da Prainha
Conhecido como Largo da Prainha, o lugar já foi praia, mas virou calçada depois de sucessivos aterramentos. Está ao lado da Igreja de São Francisco da Prainha, erguida em 1696, e de vários sobrados coloniais. No meio, há uma estátua de Mercedes Baptista (1921-2014), primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e inventora do balé afro-brasileiro. Bares descolados com mesas ao ar livre fervem nos fins de semana.
Rodas de capoeira
Símbolo de combate e resistência, a capoeira faz parte da história da cidade. Ao som do atabaque, agogô e berimbau, as rodas de capoeira acontecem em diversos locais nos finais de semana. Se quiser gingar - ou só assistir - veja as apresentações que acontecem quinzenalmente, aos sábados, em frente ao Cais do Valongo


Casa do Nando
Quilombos culturais não são lugares que receberam escravizados fugidos no passado, mas espaços contemporâneos de acolhimento da população preta e resgate da cultura afrodiaspórica. Na casa do produtor cultural, rolam oficinas, shows, festas, saraus e outros tipos de eventos praticamente todos os dias da semana. Vale a visita!
Cemitério dos Pretos Novos
Ali eram depositados os restos mortais dos africanos recém-desembarcados que não resistiam às péssimas condições de travessia da África para o Brasil, entre os anos de 1769 e 1830. O sítio arqueológico conta com painéis explicativos e artefatos achados durante as escavações do lugar, evidenciando a brutalidade do tráfico de pessoas na época. O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) é responsável pela conservação do patrimônio e promove exibições de arte, rodas de samba e visitas guiadas.


Casa da Tia Ciata
Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, é uma das figuras mais influentes da cultura negra carioca do início do século 20. Sua bisneta, Gracy Mary, gerencia e organiza eventos como a Roda de Samba da Cabaça e o Tour Caminhos da Tia Ciata, que mostra os locais por onde a matriarca do samba passou na Pequena África.
Museu da História e da Cultura Afro-brasileira
No prédio da antiga Escola José Bonifácio, a primeira escola pública do Brasil, o museu é mais um espaço dedicado ao resgate, à preservação e à revitalização da memória afro-brasileira. São 2,5 mil itens no acervo, entre pinturas, esculturas e fotografias, além de trabalhos de artistas plásticos contemporâneos que dialogam com o espaço.


Filhos de Gandhi
Fundado em 1951, é um dos primeiros blocos afros do Rio de Janeiro. A filosofia do grupo é voltada para a paz e união entre os povos, seguindo a energia do patrono Mahatma Gandhi. O grupo costuma sair no Carnaval da Rua do Livramento, no coração da Pequena África, e protagonizar eventos pela cidade durante o ano. Coloque a fantasia e entre no embalo do afoxé. Ajayô!
Acarajé
Quitute da culinária afro-brasileira, o acarajé é uma verdadeira explosão de sabores. O bolinho de feijão-fradinho é frito no azeite de dendê e servido com camarão, quiabo e vatapá. Você pode encontrar tabuleiros vendendo essa delícia em vários locais, como o Largo da Prainha.

Rostos que dão vida à rota

Leila Leão
Ela é cozinheira, candomblecista e entusiasta da influência religiosa e ancestral negra na culinária da Pequena África. Às sextas e sábados, Leila serve refeições na Casa Omolokum, onde os nomes dos pratos homenageiam os orixás. Carro-chefe, o omolokum leva feijão-fradinho, camarão defumado e moqueca, que pode ser de peixe, camarão ou cogumelos.
Thais Rosa Pinheiro
Fundadora da agência de turismo Conectando Territórios, guia de turismo e pesquisadora da cultura afro-brasileira, Thais gosta de contar histórias e conectar pessoas a locais do Rio de Janeiro relacionados às herancas africanas e ainda pouco conhecidos. Ela é criadora de webséries como “Nzinga: mulheres viajantes” e “Afrocarioca” no canal Connecting Territories.

Rotas Airbnb
é uma iniciativa do Airbnb em parceria com organizações comprometidas em apoiar o turismo nacional por meio de rotas turísticas diversas e sustentáveis.
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