Belém

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Uma capital como você nunca viu

Às margens do Guamá, um rio que parece mar, Belém é considerada a metrópole da Amazônia. Mas definitivamente não é uma cidade grande qualquer: a capital paraense vibra em um ritmo todo próprio. Do carimbó, do tecnobrega, da guitarrada. Do tacacá na calçada no fim da tarde e do céu que desaba em chuvas diárias. Da devoção à Nossa Senhora de Nazaré e do movimento de um dos mercados mais autênticos do país. Do vocabulário próprio (que outro lugar usa “égua” como interjeição universal?) e da singular arquitetura raio-que-o-parta. Venha se surpreender.
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Atrações Imperdíveis

VEROPA

Mercado Ver-o-Peso

A maior feira a céu aberto da América Latina leva esse nome porque, no século 17, funcionava como um posto fiscal, onde as mercadorias eram pesadas. Hoje, chama a atenção o comércio de produtos como o açaí, cultivado pelos ribeirinhos em regiões próximas da cidade e negociado ali de madrugada. Você também encontra peixes de água doce (aracu, matrinxã, pirarucu), farinha de uarini, cachaça de jambu e as garrafadas e banhos das erveiras, que prometem curar as dores do corpo e da alma. Há barraquinhas para provar pratos feitos na hora, como a dobradinha clássica de açaí com peixe frito.

Estação das Docas

Imagine se sentar de frente para um rio tão imenso que parece mar, iluminado pelas cores do pôr do sol, com um sorvete de cupuaçu ou um chope de bacuri em mãos. Essa é a magia da Estação das Docas, que ocupa uma antiga área portuária revitalizada. Ali tem bares, restaurantes, lojas de artesanato e um teatro. Um passeio para toda hora, já que os galpões de ferro inglês permitem curtir a vista mesmo com os torós típicos de Belém.
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MANGAL

Mangal das Garças

O parque zoobotânico é resultado da revitalização de uma área de cerca de  40 mil m² às margens do Rio Guamá. É um lugar para admirar um pouquinho da riqueza amazônica em plena cidade: há um um borboletário com 5 mil insetos, um viveiro com 35 espécies de aves e um farol com dois níveis de observação para a vegetação local.

Arquitetura raio-que-o-parta

Basta um olhar atento pela cidade para localizar casas com desenhos de azulejos nas platibandas – as partes mais altas das fachadas. São formas geométricas, raios, setas, animais, bumerangues. O estilo de arquitetura raio-que-o-parta foi uma apropriação do modernismo que surgiu em Belém a partir da década de 1940. As camadas populares queriam modernizar suas casas inspiradas nos painéis de azulejos da época e muitas vezes o faziam de forma amadora, com cacos coloridos. Diz-se que o nome surgiu quando um arquiteto exclamou que o estilo não poderia ser considerado nobre "nem no raio que o parta".
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Casa Museu Francisco Bolonha

No insólito Palacete Bolonha, visitas guiadas mostram sua arquitetura eclética, que vai do neoclássico ao art nouveau, passando pelo barroco e o rococó. Ao longo do percurso, você ouve as lendas urbanas criadas em torno da construção e aprende sobre a importância de Francisco Bolonha (1923-2006), representante ilustre da arquitetura moderna brasileira.

Sabores regionais

Se tem algo que enche o paraense de orgulho é a sua rica culinária, valorizada hoje no Brasil e mundo afora. O tacacá é onipresente pelo estado: o caldo quente de tucupi com camarão e jambu é servido em uma cuia e tomado pelas ruas, faça chuva, faça sol. As tacacazeiras esperam os clientes em carrinhos que ficam lotados no entardecer. Outro prato muito característico é a maniçoba, uma espécie de feijoada amazônica que leva, no lugar do feijão, as folhas da mandioca brava. Com alto teor de ácido cianídrico, elas precisam ser cozidas por alguns dias antes do consumo.
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LUZITANIA

Complexo Feliz Lusitânia

Às margens da Baía do Guajará e ao redor de uma praça cercada de mangueiras centenárias, o espaço mantém monumentos e edificações tombadas dos séculos 17 e 18. É possível apreciar o acervo barroco do Museu de Arte Sacra e os ornamentos da Catedral de Belém e aprender sobre o processo de ocupação da Amazônia no Forte do Presépio.

Parque Estadual do Utinga

O imenso Utinga é tomado por floresta nativa preservada. Lá, a família toda se diverte alugando bicicletas e fazendo trilha, arvorismo, canoagem, stand up paddle e boia-cross. Não se espante se der de cara com animais como o mico-de-cheiro, a capivara e o bicho-preguiça, pois a mata é a casa deles.
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Festas de aparelhagem

Nessas festas criadas nas periferias de Belém, a grande estrela é a aparelhagem: caixas de som potentes enfeitadas com painéis de LED, efeitos pirotécnicos e raios laser, tudo comandado por DJs que tocam ritmos paraenses como o brega, o tecnobrega e tecnomelody. As festas têm um protocolo próprio, que envolve o jeito de se vestir e os gestos para indicar as aparelhagens favoritas.

Círio de Nazaré

Todos os anos, no segundo domingo de outubro, acontece a grandiosa homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado, carinhosamente chamada de Nazinha ou mãezinha. A celebração é uma das maiores manifestações religiosas do país: são milhões de fiéis assistindo a missas e participando de procissões. O Círio é chamado de Natal dos paraenses, pois é um período em que as famílias locais se reúnem para banquetes que incluem pato no tucupi e maniçoba.
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Ilha do Combu

Nos fins de semana, a dica é visitar as ilhas próximas de Belém. A travessia é feita por lanchas, passando por casas de ribeirinhos. Na Ilha do Combu, há restaurantes deliciosos e o passeio pode incluir uma visita ao Filha do Combu para ver o cultivo orgânico de cacau e comprar chocolates que já conquistaram chefs renomados. Também é possível ir até o porto de Boa Vista do Acará para tomar um tradicional “banho de cheiro” amazônico – os erveiros prometem purificação e boas energias.

Açaí

Os paraenses têm uma enorme devoção pela cultura que envolve o plantio e o preparo do açaí. Diferentemente do resto do Brasil, no Pará ele é servido logo após ser retirado do cacho, acompanhando peixe frito ou carne seca e farinha de mandioca. Tomar açaí e ficar com a boca roxa é uma experiência essencial na Amazônia.
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Ilha do Mosqueiro

Destino de lazer dos moradores de Belém, a ilha exibe 17 km de praias de água doce que sofrem influência marítima e, em certos períodos do ano, têm ondas que chegam a dois metros de altura. O distrito tem ares bucólicos, com ruas tranquilas e casarões remanescentes do século 19. O ideal é sair cedo da capital para aproveitar o dia na praia e, no fim da tarde, ir até a vila saborear uma tapioquinha na manteiga ou um mingau de banana.

Rostos que dão vida à rota

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Paulo Arara

O agricultor e erveiro da comunidade de Boa Vista do Acará prepara o tradicional banho de cheiro amazônico. O ritual, que leva pelo menos 30 plantas medicinais, atrai pessoas em busca de cura e bem-estar. Com um conhecimento profundo das propriedades da flora local, Seu Paulo mantém viva uma prática ancestral da região.

Izete (Dona Nena)

É ela a renomada produtora de chocolate artesanal por trás da marca Filha do Combu. Seus produtos de altíssima qualidade, sem aditivos ou conservantes, destacam os sabores únicos do cacau produzido na Amazônia e já conquistaram grandes chefs. Dona Nena mostra que é possível desenvolver uma bioeconomia que mantém a floresta de pé e respeita os saberes ancestrais dos povos amazônicos.
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Junior

Ele é multiartista – violonista, cantor, compositor, produtor cultural – e um exímio pesquisador da cultura paraense. É um dos responsáveis pelos festejos juninos do Arraial do Pavulagem, que tomam as ruas de Belém desde o fim dos anos 1980 e hoje integram o patrimônio cultural do estado.

Trisha Coimbra

Jornalista e relações públicas, criou em 2017 o perfil @acasacomoelae, no qual conta curiosidades de Belém e compartilha experiências sobre o viver amazônida.
trisha

Rotas Airbnb

é uma iniciativa do Airbnb em parceria com organizações comprometidas para apoiar o turismo nacional por rotas turísticas diversas e sustentáveis.
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